“Vou tramando meus fios em teias de mera fortuna
e infortúnios, feito a teia de Penélope.
No recomeçar indefinidamente, até me deparar
ao acaso com um filete de lâmina
a cortar a trama de minha teia.”
Sou tecelã, percebo a vida como um entrelace de instantes e sentimentos
Vou compondo minha teia em fios na coordenação ou inaptidão de minha habilidade.
Vou tecendo a vida em ornamentação e entrecortar, do fazer e refazer. Assim sou tecelã a entreter-me em fios.
Fios dourados e brilhantes, mas, que por vezes se enrolam em nós que só a custo se desatam
Tranço a vida também em cipós, que se tornam chicotes de açoites, ou em contrapôs num emaranhado de fios de estopa que em serventia lavo os sentimentos, esses que tecem as intrigas, as covardes disputas e por fim, esses mesmos fios me limpam as culpas.
Vou tramando meus fios em teias de mera fortuna e infortúnios, feito a teia de Penélope.
No recomeçar indefinidamente, até me deparar ao acaso com um filete de lâmina a cortar a trama de minha teia.
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